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Crítica - Guerra Civil

Atualizado: 22 de mai.

Guerra Civil e a ascenção de Wagner Moura em Hollywood - Por Lara Chavez



Em seu final de semana de estreia, Guerra Civil foi um recorde para A24. Com mais de 80% de aprovação no Rotten Tomatoes, o longa é uma das grandes promessas para 2024. Dirigido e roteirizado por Alex Garland, responsável por “Ex-Machina” (2014), o thriller conta com Kirsten Dunst, como a fotojornalista Lee Smith; o célebre Wagner Moura (mais gostoso do que nunca) como o veterano da Reuters, Joel; Cailee Spaeny como a fotógrafa novata Jessie Cullen e outros grandes nomes de Hollywood, entre eles Jesse Plemmons, Stephen McKinley e Nick Offerman.


Nesse thriller distópico, Garland utiliza excelentes enquadramentos que ressaltam e reafirmam a relevância do fotojornalismo, propondo um debate sobre o limite ético do repasse da informação. O filme se inicia em Nova York, com uma guerra inflamada dentro do território dos Yankees. Numa primeira ofensiva, Lee - acompanhada por Joel - conhece Jessie, quando ela é atacada por policiais ao tentar fazer fotos do protesto.

Na mesma noite, Jesse descobre que Lee e Joel irão fazer uma viagem até a Casa Branca, e contra a vontade da fotojornalista veterana, decide acompanhá-los nessa viagem. Outro integrante dessa “road-trip” é Sammy, mentor de Lee e Joel, que funciona como uma espécie de conselheiro para os dois.


Até chegar a Washington, o grupo passa por diversas cidades e acompanhamos discussões, que apesar do roteiro simples, evidenciam diversas problemáticas da política norte-americana sem tomar um discurso parcial, como um jornalista. Outro ponto alto do filme é a imersão na experiência fotográfica digital vs. analógica, graças ao excelente trabalho de Rob Hardy.

Obviamente, não poderia deixar de falar sobre Wagner Moura, que vem alcançando um lugar de visibilidade que nenhum brasileiro antes alcançou. Apesar dos esforços (excelentes, diga-se de passagem) de Sônia e Alice Braga, Rodrigo Santoro, Bruna Marquezine, entre outros atores brasileiros que arriscaram a carreira internacional, o baiano finalmente pode consagrar um sucesso de bilheteria ocupando o papel de protagonista. Isso mostra que, em alguns anos, Wagner Moura pode (e eu espero muito que sim) estar lado a lado com Fernanda Montenegro, a única brasileira indicada ao Oscar em papéis principais.

Apesar do final esperado, Guerra Civil constrói uma excelente narrativa e um ritmo extremamente agradável, sem se tornar cansativo ao trazer à tona o debate político em torno do papel do jornalista em situações de crise. Enquanto profissional da comunicação e entusiasta do fotojornalismo, fui extremamente contemplada pelo debate e talvez por isso seja suspeita para falar que sim, vale muito a pena ver no cinema.


Nota: 4 acarajés... mas Lara mordeu um pedaço de um deles. Virou um 3,8.

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