Como Cisne Negro seria se fosse dirigido pelos diretores de Pânico? - Por Lara Chavez
De forma geral, Abigail é um grande mashup de vários gêneros diferentes que, no fim das contas, não é de todo mal. Mesmo com uma excessiva referência à transformação do cisne e uso exagerado do balé, o filme diverte e assusta na medida ideal.
Nesse thriller de horror, um grupo de bandidos sequestra a bailarina Abigail, filha de uma figura poderosa do submundo do crime. Após o sequestro, o grupo vai para uma mansão isolada, onde devem esperar 24h para receberem a bagatela de apenas 50 milhões de dólares. Eles só não contavam que a maldita bailarina é uma fucking VAMPIRA.
Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, responsáveis por Scream (2022) e Scream VI (2023), claramente sabiam o que estavam fazendo. A produção é uma releitura do longa-metragem A Filha do Drácula (1936), que equaciona perfeitamente o humor, (*muito*) sangue, ação e jumpscares. Há alguns incômodos, óbvio, mas são compensados pela forma que o roteiro se revela e repete, sem saturar, as referências dos primeiros minutos do longa. Diga-se de passagem, os primeiros minutos do filme, em que acompanhamos a pequena bailarina realizando uma variação do cisne negro ao som do tema de Drácula, são essenciais para compreensão do ritmo e da própria narrativa do filme.
De forma excelente, a novata Alisha Weir garante um grande passo na sua carreira, dando vida a Abigail e mantendo destaque ao lado de nomes de peso, como Giancarlo Exposito, Kevin Durand, Kathryn Newton e Melissa Barrera que constrói - excelentemente - a ascensão de Joey, heroína do filme. Isso é possível graças ao antagonista, Frank, interpretado por Dan Stevens, que nos contorce de raiva em grande parte do filme. Por fim, é extremamente relevante mencionar o poder nostálgico de ver Angus Cloud, a quem o longa é dedicado in memorian, com seu jeito único de caracterizar um personagem.
Vale a pena ver no cinema? Se você for fã de thrillers de horror, definitivamente.
Nota: 4 acarajés
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