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Crítica – Veja Por Mim

A lista de filmes de suspense que conseguem com êxito prender o expectador e cumprir com o proposto não é longa, mas Veja Por Mim (2022) poderia facilmente ser acrescentada a este seleto grupo. No filme conhecemos Sophie (Skyler Davenport), quem possuiu uma deficiência visual e cujo trabalho é cuidar das casas de pessoas enquanto seus proprietários estão fora. Porém, tudo saí do controle quando a mansão isolada em que está naquele fim de semana é invadida por ladrões determinados a achar um cofre e sua única âncora se torna Kelly (Jessica Parker Kennedy), a funcionária astuta de um aplicativo para pessoas com deficiência chamado See For Me.


A trama tem um desenrolar no mínimo inesperado, não recorrendo à clichês fáceis e explorando amplamente sua protagonista, ainda que uma coisa aqui e ali fique sem muita explicação. Sophie está bem longe de ser uma donzela em perigo ou ser colocada como invalida dentro de sua própria perspectiva; ela é determinada, moralmente dúbia e humana acima de qualquer coisa, com suas mudanças de humor, seus interesses egoísticos e sua imensa vontade de sobreviver. Fora isso, é muitíssimo inteligente no uso da tecnologia como grande ferramenta para o desenrolar da trama, além das claras referencias à jogos online em primeira pessoa, o longa simplesmente abraça uma nova perspectiva, dando uma roupagem um tanto quanto moderna, pouco vista até o momento, mas existente em filmes como Cuidado Com Quem Chama (2020), este que por sua vez usa o Skype (e já tem critica aqui, se você ainda não viu, hein).


Outro ponto muito forte da trama é sua velocidade, sua cadencia que segue um ritmo extremamente agradável para o expectador que por vezes vai se perceber prendendo a respiração, principalmente nos minutos finais, que são simplesmente de tirar o folego, com um jogo de iluminação que gera tensão e cativa ao mesmo tempo. Além disso, as cenas de ação são simples, mas bem feitas, de forma que não há como errar na fórmula, mas também não há inovação; é mais do mesmo e tudo bem também. De quebra, mas não menos importante, temos a questão de pessoas com deficiência sendo tratada de maneira bem abordada, sem floreios, mas sem colocar o individuo como codependente, inocente ou resumido à deficiência, um grande acerto e algo que deveria ser natural e não vangloriado, mas que ainda assim é raro e deve ser frisado.


Apesar das grandes positivas, See For Me peca no que diz respeito à profundidade da trama, que apesar de bem costurada, fica apenas na superfície, afinal, não dá ao expectador grandes explicações sobre as motivações do crime (mesmo que saibamos obviamente o motivo em algum momento) ou sobre o passado de Kelly, quem dá uma pista aqui ou ali sobre quem é ou o que fez (vale frisar, contudo, que é perfeitamente compreensível que nenhuma das duas observações seja explorada, afinal, tratam-se de personagens coadjuvantes).


Entretanto, no frigir dos ovos, trata-se de um filme realmente bom, que te prende do inicio ao fim e não é, de forma alguma, uma escolha errônea para visitar o cinema. São pouco mais de 90 minutos de uma experiência cinematográfica válida, de algo que vai te sugar para dentro da tela. Não esqueça de ver por você mesmo(a)!


Nota: 4 acarajés.


Ficha Técnica

Titulo Original: See For Me

Duração: 92 minutos

Direção: Randall Okita

Roteiro: Adam Yorke, Tommy Gushue.

Produção: Matt Code, David Di Brina, Kristy Neville, Julie Strifler

Música: Joseph Murray, Lodewijk Vos

Edição: James Vandewater

Elenco: Skyler Davenport, Natalie Brown, Matthew Gouveia, Keaton Kaplan, Laura Vandervoort, Jessica Parker Kennedy, George Tchortov George Tchortov, Pascal Langdale, Kim Coates, Joe Pingue, Emily Stuart Clow, Nathalie Toriel.

Classificação: 16 anos.


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