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Crítica – Vale Night

Toda vez que escrevo alguma crítica sobre produções nacionais de humor, sempre faço questão de ressaltar que ainda me incomoda muito que o cinema ainda está muito atrás dos outros tipos de produções nacionais do gênero. O humor brasileiro está mais inteligente e menos caricato, enquanto os filmes de maior bilheteria ainda são do tipo Humor Multishow, aquele que faz caricatura do pobre, todo descuidado e que só fala gritando. Vale Night é uma exceção à regra e merece ser visto muito.


A história se passa numa comunidade pobre de São Paulo e conta a história sobre um pai que perdeu o bebê num Batekoo (festa muito boa, realizada em vários lugares do Brasil e que o público é preto, tal qual o escritor que vos fala e que está com saudades de uma festa dessas). A história é propensa a confusão, permitindo um humor simples e bem feito. A ambientação que é diferenciada, com muitas gravações externas – incluindo a festa, onde o filme foi gravado – e que traz um verdadeiro retrato que eu sinto falta nos filmes do gênero e que só é vista nos filmes de drama, tal qual Cidade de Deus. Entretanto isso não impediu de trazer críticas sociais, como a gravidez na adolescência, mas que são realizadas de forma leve e a mensagem é passada de forma efetiva.


Além dessa questão, as atuações merecem muita consideração, principalmente as de Pedro Ottoni e Yuri Marçal, onde fazem muito humor e piadas e trazem uma cara reconhecível e de fácil empatia com o público. Esse filme mostra que pobre não fala gritando 100% do tempo, sabe se cuidar sim, é feliz e sabe se divertir como poucos. É um filme onde eu me vi, me reconheci e queria fazer parte. Pode não ter a nota máxima, mas com certeza é uma produção que recomendarei muito para que as pessoas assistam.


Nota: 3 acarajés e um abará

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