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Crítica - Uma Pitada de Sorte



Sou extremamente culpada ao falar de filmes nacionais, porque, particularmente, são minha paixão pessoal, meu xodó. Uma Pitada de Sorte (2022), não poderia ser diferente.


O longa (que nem parece ser tão longo assim, porque te deixa mergulhada), conta a história de Pérola (Fabiana Karla), uma sous chef (“nome chique para ajudante de cozinha”, como a personagem diz), que sonha em ter seu próprio restaurante, mas vive num malabarismo entre as expectativas de sua mãe Gina (Jandira Martini), uma nacionalista ferrenha, e sua própria essência, algo que quase todo mundo pode se identificar. A vida entra no caminho e Pérola se vê em frente às câmeras quase sem querer, mas seu jeito e acima de tudo, seu humor, parecem abrir portas jamais imaginadas, seja de expectadores ou de corações desavisados.

Sou muito parcial para falar sobre Fabiana Karla, pois a admiro imensamente com seu humor que me é familiar além de adorar seus livros, que fazem questão de demarcar quem ela é: uma mulher independente, gorda e desimpedida, todos os adjetivos com muito orgulho.


Porém, sendo Pérola, a atriz mais uma vez se supera, arrancando risadas sinceras e reflexões simultaneamente, nos fazendo pensar sobre como lidamos com nossas expectativas e com as dos outros, principalmente familiares, que sem querer, podem sufocar cada mínima célula do nosso ser.


Pérola nos ensina que tudo bem agradar, mas que seja dentro dos nossos limites, antes que explodamos com as necessidades dos outros em nossas costas.


Outro personagem merece muito ser mencionado, e esse é o irmão de Pérola, Fred (JP Rufino), que praticamente acompanhamos crescer nas telinhas. O garoto acompanha de maneira majestosa, adicionando um toque de acidez ao humor já presente no longa. Fora que Fred é um personagem adorável, naquela fase pré-aborrecente que todos conhecemos, passamos e amamos odiar, fiel à irmã até o último fio de cabelo.


Lugão (Mouhamed Harfouch), Diego (Iván Espeche) e Margô (Regiane Alves) são secundários, ainda que toda vez que apareçam na telinha, pareçam se encaixar de maneira quase perfeita ao todo, cada personagem do seu jeitinho.


Porém, apesar de divertido ao extremo, acredito que o filme deixa pontas soltas, que de forma alguma atrapalham o decorrer da coisa, mas que poderiam ser facilmente resolvidos com um retoque aqui ou ali. Quem me conhece sabe que não sou exatamente à maior fã de coisas sutis ou deixadas em aberto.


Uma Pitada de Sorte é, sem dúvida, um filma para ser visto em família, ou mesmo sozinha(o), se você for como eu, longa que sem dúvida vai te arrancar gostosas risadas e umas boas reflexões aqui e ali.


Nota: Quatro acarajés.


Ficha Técnica

Roteiro: Regiana Antonini, Álvaro Campos, Pedro Antonio.

Elenco: Fabiana Karla, Mouhamed Harfouch, Jandira Martini, JP Rufino, Regiane Alves, Iván Espeche, Flávia Reis, Pablo Sanábio, Pedroca Monteiro, José Rubens, Chachá, Daniel Belmonte.

Produção: Pimenta Jr., Glaucia Camargos.

Equipe Técnica: Rodrigo Graciosa, Marcela Altberg, Elisa Faulhaber, Rose Verçosa, Renata Amaral.

Empresas Envolvidas: Paris Filmes, Downtown Filmes.

Ano: 2022.

Duração: 93 minutos.

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