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Crítica - Rebelde (2ª Temporada)

Atualizado: 31 de jul. de 2022

A galera que nasceu nos anos 1990, ou antes, se acostumou a ver produções oriundas do México bem carregadas de dramalhão, diálogos melosos, entre outras coisas bregas que gostamos. Rebelde (a novela, que virou série, de 2004) era um exemplo claro disso, mas tinha um adendo de que haviam seis pessoas bastante talentosas, musicalmente falando, para ser o suficiente e transformar o RBD (a banda) em sucesso mundial. Milhões de álbuns vendidos, estádios lotados em turnês e muita gente órfã com o fim do grupo.


Quando alguma produção, como Rebelde (a da Record), inspirada no sucesso mexicano ganha forma, é automático que aconteça comparativos com o elenco. Rebelde (a série da Netflix) é uma espécie de continuação e, nessa segunda temporada, entendeu que não pode ser um espelho de Rebelde (a de 2004). Tanto é que há uma fala de Luka (Franco Masini) ironizando ao ser escolhido para interpretar o Giovanni - interpretado por Christian Chávez, ator gay tal qual o personagem Luka - num musical inspirado na história do RBD (a banda), mostrando até uma certa metalinguagem.


O problema é que ter (o que vou chamar de) uma "autonomia criativa" acaba sendo um convite para sair do simples. Em Rebelde (a série da Netflix), encontramos um paradoxo. O que é contado é bom. Como é contado não é tão bom assim. O exagero em muito tempo de tela para a vida do Esteban (Sérgio Mayer Mori) e o baixo desenvolvimento de outras pessoas como Emília (Giovanna Grigio é o Brasil na Libertadores) são bons exemplos. Apesar disso, o arco da Andi (Lizeth Selene) - que protagoniza o melhor número musical da temporada, junto com Sebas (Alejandro Puente) - e seus problemas é bem interessante. Ainda assim tem muita ideia mal executada e exagerada.


Certos acontecimentos dessa segunda temporada de Rebelde (a série da Netflix) seriam inimagináveis de acontecer em qualquer um de seus antecessores, incluindo Rebelde (a da Record). A ideia de mudar o tom de alguns personagens é ótima e perceber que o público alvo consomem coisas diferentes também, mas a execução traz uma impressão clara de que perderam a mão em muita coisa. Se antes comparavam a série Elite com Rebelde (o de 2004) por conta de Las Encinas (colégio da série Elite) lembrar o Elite Way School (colégio da série Rebelde), agora vão comparar Rebelde (a série da Netflix) com Elite (outra série da Netflix. Não se perca) pelo tom abordado na trama.


Mas as ideias boas são, de fato, muito boas. Quem era chato ficou insuportável. Gente de personalidade dúbia ficou mais imprevisível ainda. A "autonomia criativa" foi feliz na hora de estabelecer que esse pessoal não é o mesmo do RBD (a banda). Esses e outros detalhes salvam legal a segunda temporada de Rebelde (a série da Netflix). Honestamente fica a torcida para que as ideias sigam boas e que suas execuções melhorem na terceira temporada. É uma produção divertida e pra assistir de mente aberta, assim como a gente fazia nas novelas mexicanas antigas. Inclusive vocês deveriam ter conhecido a Thalía. Puro suco do carisma. Ela merece 5 acarajés. Rebelde (a série da Netflix) merece bem menos.


Nota: 2 acarajés e um abará



Fica! Tem bolo e cena pós-créditos!

Essa cena talvez tenha sido o melhor momento da segunda temporada. Depois de sair com uma sensação de que a série ficou devendo, ela traz um ótimo motivo para você ver a terceira.


Ficha Técnica Nome Original: Rebelde Gênero: Drama, Musical Elenco: Azul Guaita, Sérgio Mayer Mori, Franco Masini, Andrea Chaparro, Lizeth Selene, Jerónimo Cantillo, Alejandro Puente, Estefania Villareal, Flavio Medina, Giovanna Grigio Duração: 314 minutos. 8 episódios de 40 minutos, aproximadamente. Roteiro: Ilse Apellaniz, José Miguel Núñez, Pedro Damián, Pericles Sánchez, Talia Rothenberg Direção: Santiago Limón Produção: Carlos Taibo Distribuição: Netflix

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