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Crítica - Querido Evan Hensen



A adaptação para o cinema do premiado musical da Broadway, Dear Evan Hansen tem uma excelente mensagem, porém mal executada.


Sob a direção de Stephen Chbosky (As Vantagens de Ser Invisível), o longa conta a história de Evan Hansen (Ben Platt) um colegial que sofre de depressão e vários distúrbios de ansiedade que o fazem viver fora da equação da sua própria vida, sendo nada mais que um mero espectador da mesma e que, devido a terapia passa os dias escrevendo cartas tragicamente otimistas a si mesmo, ansiando por conseguir se conectar e ser notado pelas outras pessoas. De repente, se vê absorto em sua própria mentira após uma das suas cartas terem sido achadas com Connor Murphy (Colton Ryan), um colega problemático que comete suicídio. Carta essa que erroneamente é má interpretada pelos pais de Murphy (Amy Adams e Danny Pino) que pensam que Evan era o seu único amigo e que, após isso, decide fingir ter tido um relacionamento com Connor.


Vencedor de um Grammy pela música You Will Be Found, Ben Platt retorna ao papel de Evan após o musical que lhe rendeu 6 prêmios em 2017, incluindo o de melhor musical. Embora tenha sido criticado pela volta ao papel devido ao fato de Ben ter 28 anos e não se parecer nada com um adolescente, o longa conta com boas contratações, tais como Nik Dodani (Atypical) que interpreta o amigo - não tão amigo assim - de Evan, Amy Adams que interpreta Cynthia Murphy (a mãe do falecido Connor) e Julianne Moore que interpreta a mãe de Evan e se destacam e muito pelas atuações que transitam sutilmente entre vários estados de humor na mesma cena.


Porém a sua adaptação cinematográfica é mais danosa do que benéfica. Embora seja composta por boas atuações, existem números musicais insensíveis e um protagonista que seria mais facilmente identificado com uma Síndrome de Munchausen do que outra coisa. O musical tido como uma carta de amor para todos aqueles que se sentem sozinhos transita por temas sensíveis sobre distúrbios mentais de um jeito insensível, manipulativo e bastante artificial, projetado apenas para forçar lágrimas no público, reduzindo temas como depressão meramente a tristeza, uso de remédios controlados e, por fim, suicídio. Apesar da boa mensagem de que você não está sozinho e sobre procurar ajuda perto do final, o enredo apenas tenta sufocar você com um artificial crescimento pessoal, compaixão e com uma falsa ideia de perdão indubitável que felizmente não é concedido ao personagem no fim de tudo.

“Step out of the sun”


Nota: 2 acarajés e um bolinho de estudante.


FICHA TÉCNICA


TÍTULO ORIGINAL DO FILME: Dear Evan Hansen

DIREÇÃO: Stephen Chbosky

PRODUÇÃO: Marc Platt, Adam Siegel

ESTREIA: 11/11/2021

PAÍS: EUA

GÊNERO: MUSICAL/DRAMA

ANO: 2021

DURAÇÃO: 2h 17m




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