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Crítica - O Telefone Preto

Atualizado: 3 de set. de 2022

“Do you wanna see a magic trick?”



Ambientado na cidade de Denver, no final dos 70, O Telefone Preto combina uma atmosfera sobrenatural com medos extremamente reais que podem assolar uma cidade.


A trama acompanha o personagem Finney (Mason Thames), um rapaz de 13 anos que é brilhante, mas sofre de muitos males. Ele sofre bullying, é bastante tímido, perdeu a mãe e infelizmente vive num ambiente familiar extremamente violento e abusivo devido ao alcoolismo de seu pai Terrence (Jeremy Davies), que vive amargurado após a morte da esposa. Finney vive como se pisasse em ovos o tempo todo e se comporta como se quisesse pedir desculpas a todo tempo por existir. A sua irmã mais nova, Gwen (Madeleine McGraw), é quase o oposto. Ela é corajosa, combativa, sarcástica e tem um ótimo relacionamento com o Finney. Às vezes é como se a mesma fosse a representação viva do coração do irmão. Irmão esse que, num dia voltando da escola, acaba sendo raptado pelo serial killer que a assola a região. O Sequestrador (Ethan Hawke) o captura e o leva para um porão a prova de som onde há apenas um colchão e um telefone preto desligado, de onde o Finney recebe eventualmente ligações das vítimas anteriores do criminoso e tentam a todo custo fazer com que ele tenha sucesso onde elas fracassaram.


Com um excelente enquadramento, uma ótima narrativa e uma total preocupação com nada além do viés principal da trama, o filme se mantém concentrado na sua ideia principal e a direção do Scott Derrickson (A Entidade, O Exorcismo de Emily Rose, Doutor Estranho) se paga neste Thriller adaptado de um conto do Joe Hill “O Telefone Preto e Outras Histórias" (que é nada mais nada menos que filho do Stephen King). É importante evidenciar a preocupação que a trama tem em te manter conectado aos personagens, o enredo avança lentamente te mantendo atento a perspectiva tanto do Finney quanto da cidade em si e todo o clima deprimido, macabro e melancólico que a cidade carrega.


É também válido falar sobre qualidade dos personagens adjacentes que causam um impacto positivo e se fazem inesquecíveis na memória de quem assiste, como o Robin Arellano (Miguel Cazarez Mora) que é o possível único amigo de Finney e que, assim como a sua irmã tem um peso muito relevante para a trama.


Cabe também salientar a atuação do vilão. O Sequestrador é, no mínimo, perturbador. Dotado de uma máscara extremamente incômoda, que muda conforme o humor do assassino, o Ethan Hawke entrega o seu modo predatório mais perturbador que já vimos até então.


Porém é preciso dizer que, apesar de ser limitado ao essencial (num bom sentido obviamente), o filme acaba por deixar algumas perguntas não respondidas que enriqueceriam muito a história, como as raízes paranormais da mãe dos irmãos protagonistas e também como funciona o modus operandi do sequestrador, como surgiram os estágios do jogo que o mesmo joga com as suas vítimas e de onde se originou o uso da sua máscara, assim como a motivação do mesmo para cometer os assassinatos. É possível acreditar que isso seja de caráter totalmente proposital para que essas questões venham a ser respondidas numa possível sequência, abordando o passado do assassino e as suas primeiras vítimas. Mas isso só o tempo dirá…


"Time to die hijo de puta!"


Nota: 4 balões pretos com bastante sangue


Ficha técnica


TÍTULO ORIGINAL DO FILME: The Black Phone

DIREÇÃO: Scott Derrickson

ESTREIA: 21/07

PAÍS: EUA

GÊNERO: Terror

ANO: 2022

CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS

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