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Crítica - O Porteiro

Atualizado: 18 de set. de 2023


Imagino ser um consenso que um trabalhador brasileiro acostumado a ver todo tipo de coisa é o grande, brother, querido, pai, correria, bença e outros adjetivos dados aos funcionários da portaria. São esses caras que atendem o interfone recebendo o pedido de chamar o táxi, mas que ela vai pagar. Seguindo essa premissa, Alexandre Lino protagonizou um monólogo teatral que fez sucesso e agora Waldisney está nas telonas.


A estrutura da trama é o que chamou minha atenção. As histórias no cinema costumam ser contadas em três atos - os mundialmente conhecidos início, meio e fim -.  Aqui temos o fio condutor servindo de "escada" para as situações ocorridas no Edifício Clímax e é na base das cenas curtas e hilárias, filmadas num aspecto meio teatral, que o filme se garante e mostra seu objetivo: apenas fazer piada atrás de piada. Ótima ideia.


Com ótimos diálogos, campainhas e latidos afiadíssimos, todo o elenco merece destaque. Mais ainda Daniela Fontan, que só soube de seu personagem já no set de gravações e ela é quem arranca mais risadas do público. Devo dizer também que o roteiro e direção de Paulo Fontenelle ajudou muito nessa construção, fazendo com que a mera aparição de José Aldo, sem dizer ou fazer absolutamente nada, fosse motivo pra rir.


O Porteiro tem a cara do humor nacional, que está evoluindo ao ter menos estereótipos e mais capricho nos diálogos, e tem um retrato do Brasil com um protagonista nordestino residente no Rio de Janeiro. É um filme que merece ser visto nas salas de cinema e aos domingos no Temperatura Máxima, por ser um básico muito bem feito. Depois da pré-estreia em Salvador, onde eu pude conhecer parte do elenco, fico até devendo pra eles os acarajés da nota.


Nota: 4 acarajés

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