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Crítica - O Mediador

Atualizado: 16 de fev. de 2021


(Reprodução - Netflix)

Chato, previsível e com o objetivo de levantar e bater palma para o branco europeu.


Um dos filmes do mês de fevereiro da Netflix, O Mediador, filme espanhol, é uma daquelas produções que podem parecer até interessantes à primeira vista. Dirigido por Esteban Crespo (Lala), que também roteirizou juntamente com David Moreno, o filme basicamente tem como objetivo acompanhar uma ação chata na África. Mas lá no fundo, dá aquela impressão perigosa de ser um filme exaltando e colocando o branco europeu como herói.


Sabe um bolo? Sabe? Ah, Yuri já usou essa analogia né? Mas tenha um bolo em mente, aquela mistura de varias coisas que tem como objetivo sair algo bom. No bolo que esse filme é, os ingredientes foram pessimamente utilizados.


O Mediador conta a história de Carlos (Raúl Arévalo), um advogado (chato) de uma empresa de petróleo. A vida dele é muito boa, com as coisas caminhando: tem dinheiro, logo vai ter uma filha e também esta prestes a ser promovido e transferido para Nova York. No entanto, no meio do caminho, recebe uma missão para a África.


Lá, um engenheiro da empresa dele foi sequestrado por rebeldes antigoverno. Sem a liberação do tal engenheiro e sem a certeza de que não vai haver uma guerra sanguinária no país, a empresa de Carlos não consegue continuar a extrair o petróleo. E é então que entra o protagonista, que passa a ser responsável pelo resgate e libertação do tal engenheiro.


Logo de cara, o ritmo do filme é péssimo. Lento, chato e um repetitivo, colocando na tela várias coisas que vimos várias vezes com Liam Neeson, Nicolas Cage e diversos outros atores de ação. O roteiro é perdido, sem rumo mesmo, e a edição acaba deixando o público ainda mais perdido. A fotografia e o design de produção aqui até conseguem se salvar, ainda que com seus problemas.


O grande problema, porém, está na essência da história. A trama de O Mediador simplesmente ignora os africanos na historia. Carlos é grande o salvador europeu que vai até a África para salvar aqueles coitadinhos da violência e da injustiça (faça-me o favor!).


Literalmente todos os personagens africanos, em um filme que se passa na África, são todos coadjuvantes, apenas degraus para os protagonistas europeus brilharem na tela. Se você conseguir assistir o filme sem prestar atenção nesse aspecto, você talvez até curta o filme. Mas, isso só mostra como essa mensagem do herói branco, europeu e do cabelo liso é ainda pior, passando despercebida por aí e se infiltrando na cultura pop como sempre.


Nota: 1 Acarajé




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