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Foto do escritorPedro Gusavaqui

Crítica - O Legado de Júpiter




Até tenta, mas falha. Bom, é preciso que se diga o que falhou antes de qualquer coisa. O Legado de Júpiter faz parte dessa leva de filmes e séries de super-heróis pautados em dar consequências às ações tomadas pelos personagens e em centrá-los em questões que viriam a ser de seres humanos nessas condições.


A premissa é excelente, se bem aproveitada. Uma das grandes perguntas que talvez não nos façamos é: como os heróis conseguem se manter financeiramente? Não falo dos ricaços e ricaças das mitologias, mas daqueles comuns mesmo. Daqueles que sempre viajam, que se sustentam de e/ou que têm grandes fundos para pesquisas. Trago essa temática porque aquela HQ que primeiro se dispôs a falar destes pontos aborda isso com primor. Sim, estou falando de Watchmen. Não cabe aqui eu entrar nas tramas dessa história, contudo, soa natural o efeito de comparação. Basicamente, o que quero dizer é que Watchmen é nosso parâmetro. A quem servem esses seres heroicos? A que servem? A si mesmos? A desejos obscuros? À ganância? Junto a The Boys e Invencível, o Legado de Júpiter tenta, mais uma vez, tratar desses temas.


E consegue?


A trama começa com Brandon Sampson (Andrew Horton) assistindo a um noticiário quando o dever lhe chama. Seu modo de combate é péssimo e ele leva uma surra da vilã até que seu Pai, o Utópico (Josh Duhamel) aparece para livrar a sua pele.


Ok, primeiro ponto trazido à tona: o filho com uma má relação com o pai. Só que isso é piegas. O modo como isso é exposto pelo roteiro é piegas. As linhas são cuspidas em nossas caras sem o mínimo de respeito. A todo instante esse embate entre pai e filho é repetido num flashback sonoro brega. O filho é aquele que deve e deseja levar o legado de seu pai à frente, mas não está à altura da empreitada. A filha (Elena Kampouris), por sua vez, é a dependente química da família e abomina toda e qualquer relação que a relembre de seus super poderes e responsabilidades associadas.


Durante a trama, um evento abala os conceitos éticos e morais que guiam a União (nome da Super Equipe), o chamado Código. O tal Código levanta as velhas questões de se é certo matar, se é correto enriquecer por conta dos poderes, se se deve interferir ou não nos poderes políticos, etc. O circo do enredo principal está formado e em vias de pegar fogo. Os violões ultrapassam cada vez mais essa fronteira criada única e exclusivamente pelos Heróis. Os filhos dos fundadores da União se veem repetidas vezes indagando se o código ainda é válido, se ainda existe. Qual o Legado de Júpiter?





Em linhas gerais, a trama poderia ter sido resolvida bem mais rapidamente. As duas. Sim, há duas histórias paralelamente acontecendo durante o show: o recebimento dos poderes cósmicos pela primeira geração de heróis e o embate filosófico entre a geração nova e a antiga. A recompensa da trama da descoberta dos poderes é pequena e sem nenhuma ação contundente, na verdade, toda ela é arrastada, como que pra preencher espaço de tela. As atuações são medianas, pra não dizer enfadonhas e bregas. A série é cortada na hora mais errada possível, não tem timing. O vilão não tem peso. Os efeitos especiais são ruins, nível CW.


No final das contas, O Legado de Júpiter tem tudo para ser bom, mas falha.


Nota: 2 acarajés.


Ficha Técnica


Título Original: Jupiter’s Legacy

Elenco: Josh Duhamel, Leslie Bibb, Ben Daniels, Elena Kampouris, Ian Quinlan, Matt Lanter, Andrew Horton

Estreia: 07 de Maio de 2021

Produção Executiva: Mark Millar, Frank Quitely, Lorenzo di Bonaventura, Dan McDermott, Steven S. DeKnight, James Middleton, Sang Kyu Kim

Produção: Brook Worley, Morenike Balogun Koch, Steve Wakefield

Criador: Steven S. DeKnight

Gênero: Ficção científica, Super-Herói, Ação

Países de Origem: Estados Unidos

Duração: 35–56 minutos

Exibição: Netflix

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