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Crítica - O Culpado (2021)

Então… Confesso a vocês que eu estava hypado. Quando eu vi o trailer e a premissa do filme eu fiquei muito intrigado pois o filme se utiliza de um recurso narrativo bem complicado de usar a interação por voz apenas do protagonista para com os outros personagens. Mas no final das contas fiquei com muitas dúvidas do que eu achei do filme.


Novo lançamento da Netflix, O Culpado é um thriller de suspense e drama que se passa numa estação de atendimento da polícia de Los Angeles onde Joe Baylor (Jake Gyllenhaal), um policial que foi afastado por um incidente de trabalho passa o tempo até o seu julgamento atendendo a entediantes chamadas de emergência que nem se comparam as suas atividades de campo, enquanto é um babaca com os que estão em volta dele naquele ambiente. De repente, ele recebe uma ligação bem incomum de uma mulher chamada Emily Lighton (Riley Keough) que finge estar falando com a filha e quando ele estava prestes a desligar ele percebe que essa mulher está sendo sequestrada e tenta usar de tudo a seu alcance para ajudar aquela essa vítima. Porém em pouco tempo ele acaba descobrindo que ainda há muito a se saber sobre esse caso.

Como eu comentei no começo, esse tipo de narrativa de personagens não visíveis é bem complicada. Narrativas incomuns sempre em atraem e me fazem assistir pela curiosidade (por exemplo assisti um arco de um anime de 8 versões do mesmo episódio, cada um com um diretor diferente e com pequenas mudanças que faziam a história andar) e é até bem executado afinal o Antoine Fuqua (Dia de Treinamento e O Protetor) é um diretor muito competente, mas temos elementos que deixa o filme dramático demais com muitas explosões de raiva do protagonista que são no mínimo dispensáveis. O protagonista também é muito babaca de um jeito desnecessário, fazendo com que em várias situações você tenha uma pequena antipatia com ele. O Jake Gyllenhaal carrega o filme de maneira competente por ser um ótimo ator, porém ele ficar forçando o choro nas partes dramáticas e não sair uma lágrima foi uma coisa que me incomodou bastante o filme inteiro (sério, a cara dele apertando os olhos fazendo cara de choro sem sair lágrima e depois fazer uma cara sem emoção é deveras irritante). E outra: o protagonista faz tanta coisa irrealista que ele seria demitido na hora se fosse numa situação real.


A qualidade do áudio também pesou no filme. Uma produção que se utiliza de conceitos de paisagem sonora popularizados por R. Murray Schafer - uma técnica que se utiliza de sons do nosso dia-a-dia para criar uma “paisagem” do que está acontecendo apenas pelo o que se ouve - pede que a qualidade do áudio seja da maior possível, mas no filme ela é apenas de ok para boa. Isso faz com que algumas vozes pareçam mais como ruídos e que certos elementos de cena não se destaquem. Agora vem a parte que mais me irrita nesse filme: ele parte da cultura de Hollywood de fazer a versão americana de filmes estrangeiros. Sim, ele é um remake de um filme dinamarquês homônimo de 2018 que em muitos pontos é superior ao seu remake americano. Ele tem melhor ritmo de suspense, o plot twist não tão previsível e a atuação do ator da versão original é muito mais realista que a da versão americana. Simplesmente melhor.

Mesmo com Jake Gyllenhaal e nomes como Riley Keough e Ethan Hawke, o filme americano deixa a desejar em certos pontos, mas ainda é "assistível". Porém se você não tem a barreira de assistir filmes legendados, recomendo fortemente que você assista o filme original dinamarquês, que está disponível na Prime Vídeo sobre o nome de Culpa e é bem melhor.


Nota: 2 Acarajés


Ficha Técnica:

Título Original: The Guilty

Duração: 90 minutos

Ano: 2021

Estreia: 1 de Outubro de 2021

Distribuição: Netflix

Produção: Nine Stories Productions, Amet Entertainment, Fuqua Films, Bold Films

Direção: Antoine Fuqua

Classificação: 16 anos

Gênero: Thriller, Crime, Drama, Suspense

Países de Origem: EUA

Elenco: Jake Gyllenhaal, Riley Keough, Peter Sarsgaard, Ethan Hawke, Christina Vidal, Eli Goree, Da'Vine Joy Randolph, Christiana Montoya.


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