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Crítica - Não Se Preocupe, Querida

Como seria a sua vida dos sonhos?



Felizmente, para Alice Chambers (Florence Pugh), ela não precisa imaginar sobre isso. Ela já tem a vida dos sonhos, como uma das muitas pessoas participantes da comunidade experimental criada pelo misterioso Frank (Chris Pine) e seguindo uma das propostas do Projeto Victoria, que é viver num estilo diferente, de um jeito melhor. Alice vive tudo aquilo que sempre sonhou, uma boa casa, bons vizinhos, o seu marido Jack (Harry Styles), pelo qual a mesma é perdidamente apaixonada, e uma vizinhança tranquila para se passar pelo resto de seus longevos dias. Porém, com o passar do tempo, Alice começa a perceber que tem alguma coisa errada com tudo isso e é advindo do trabalho do seu marido e de todos os outros homens da vizinhança, que trabalham diariamente no Projeto Victoria para garantir a segurança, manutenção e perpetuação dessa vida perfeita.


Com uma excelente fotografia e uma paciência invejável para contar a sua história, a trama nos instiga a imaginar a todo o tempo o que de fato está acontecendo na tela com enquadramentos precisos e frames totalmente bizarros. Somos colocados num intervalo ininterrupto de inquietação desde o começo da narrativa, que felizmente vai crescendo de um jeito totalmente imprevisível. Outra coisa que se destaca de um jeito absurdo é a trilha sonora, com músicas extremamente recorrentes da época (escutem Sh-Boom - The Chords e me agradeçam depois) tendo seu devido destaque e sendo totalmente impecável nos momentos de tensão. O longa também se faz notável em sua crítica ao machismo, visto que na trama as mulheres são sutilmente controladas (não tão sutilmente em algumas cenas) e vivem apenas em função de agradarem os seus respectivos parceiros.


Infelizmente é necessário também comentar que a trama peca um pouco no quesito atuação, somente a Florence se destaca em seu personagem (e muito, a mulher é uma máquina). Para o resto são apenas expressões faciais e performances esquecíveis ou até invisíveis para alguns deles. Harry Styles não entrega uma atuação digna de muita atenção e é totalmente ofuscado pela Florence nas cenas em conjunto (é a mãe. Não tem como). Já Chris Pine entrega o seu vilão menos instigante e perturbador possível. Ainda assim o enredo consegue se desenvolver, dando o devido destaque e focando no que realmente importa (Florence Pugh) e assim entregando, não só um bom plot twist (papo de maluquice), como um excelente encerramento.


Nota: 3 acarajés com um bolinho de estudante



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