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Crítica - Mulheres Ocultas


(Divulgação - Netflix)

O filme tenta falar sobre perda e sacrifícios mas acaba sendo chato e excessivo em muitos momentos.


Lin Shoyng (Shu-Fang Chen) é uma senhora de 69 anos que cuida de um restaurante junto com sua filha mais nova, Jiajia (Ke-Fang Sun). Tudo está relativamente bem na vida dela até que seu marido ausente falece justamente no dia seu aniversário, despertando diversas sensações e questionamentos não só nela como nas suas filhas e neta.


Mulheres Ocultas (Little Big Women), distribuído pela Netflix, é uma obra do diretor taiwanês Joseph Chen-Chieh e se baseia em histórias pessoais do diretor com sua avó. Nele, o cineasta se une à roteirista Maya Huang para contar a história de Lin, suas filhas e os sentimentos conflituosos que nutrem pelo falecido enquanto o funeral do homem é preparado.


(Reprodução - Netflix)

O filme tenta passar uma sensação de história cotidiana onde podemos nos identificar com alguns personagens se suas situações, sentindo até mesmo empatia por eles. O problema é que o filme tem mais de duas horas e grande parte dele na verdade chega a ser um grande acumulado de chatice e drama excessivo. Para um projeto desse tipo, bons diálogos seriam necessários para prender a audiência e causar uma sensação de curiosidade e proximidade. Mas aqui muitas vezes a única sensação que eu tinha era de "que horas esse filme vai acabar?".


Quando o longa acerta, temos bons momentos com um elenco que funciona bem junto e nos entrega cenas meigas entre irmãs, filhas e mãe. O elenco é a grande força aqui, principalmente a Shu-Fang Chen cuja personagem claramente não sabe o que sentir com a perda do marido.


Uma coisa interessante é a forma sutil que o filme trata sobre o machismo na sociedade taiwanesa, o que fica evidente no comportamento de algumas personagens aqui. A mãe, especificamente, oscilava entre um posicionamento retrógrado e tradicional, onde as mulheres devem casar e ter filhos apenas, e outro progressista, complementando discussões sobre o impacto do pai ausente em suas vidas e como ela conseguiu sozinha criar 3 mulheres. Inclusive, o protagonismo feminino aqui é surpreendente considerando o histórico do país.


(Reprodução - Netflix)

O início e final do filme me agradam, com direito a uma virada no fim do filme. Mas, todo o desenvolvimento do filme é monótono demais e por vezes não vai a lugar algum, 45 minutos a menos fariam muito bem a essa produção.


Mulheres Ocultas teve o direito de distribuição comprado pela Netflix após ter sido o filme com a maior bilheteria em Taiwan no ano passado. O longa ainda concorreu e ganhou premiações e se destacou em um ano tão complexo, e isso em si é digno de nota.


Nota: 2 Acarajés

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