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Crítica - Moonage Daydream

Foto do escritor: Thiago Moreira Thiago Moreira

Uma literal viagem pela mente de um dos mais ímpares artistas que já existiu.

Começo esse texto dizendo que nunca tinha visto um filme documentário como esse. Apenas o melhor que eu já assisti. Possivelmente o melhor filme sobre Rock n’ Roll da década. Desde o começo ele simplesmente te absorve para que você preste atenção no que ele contar: uma jornada para explicar (ou pelo menos ilustrar) como funcionava a cabeça de David Bowie, desde quando começou como um jovem diferente de tudo que a mídia e público já tinham visto até aquele momento, com letras ácidas e pessoais, até chegarmos no Bowie mais velho e vivido, com uma experiência e processos de criação diferentes que culminam numa fase mais sentimental e romântica de sua carreira.


Tudo isso é montado de uma forma genial pelo diretor visionário Brett Morgen que escolhe uma abordagem que brinca com a linearidade da sua narrativa de um jeito curioso e bem diferente, usando as imagens de arquivo do Bowie intercalando falas de momentos diferentes da carreira dele com o aspecto que ele estava querendo mostrar naquele momento e utilizando as músicas do próprio artista como forma de complementar o tópico que estava sendo discutido no momento. Apesar dessas particularidades, ainda há uma certa linearidade que não precisa de uma linha do tempo para você sentir a passagem do tempo e as mudanças do Bowie durante todo seu processo artístico.

A curadoria de vídeos e músicas utilizados também mostra também que o diretor e produtor às escolheu com carinho e cuidado de um fã apaixonado pela história do seu artista favorito, querendo contá-la de uma forma que qualquer um possa entender a mente ímpar de Bowie. Dito isso, elogio muito a qualidade de som da produção que não deveu nada nem nos vídeos mais antigos com um áudio impecável.


Se utilizando do gigantesco acervo de mídia audiovisual de Bowie, dado que o mesmo além de cantor e compositor ele também era ator, pintor, escultor, roteirista e cineasta, na película se vê uma quase infinita quantidade de versões diferentes do Bowie que muitas vezes parece que foram feitas para esse trabalho mas que foram gravadas a muitos anos atrás e que acabam casando muito bem com a proposta que vi no cinema.

O que falar das cores? Às vezes parece uma grande viagem de ácido com flashes rápidos e coloridos e às vezes há um tom mais sóbrio e íntimo, mostrando um Bowie muito mais experimental. Essa dinâmica é uma das cerejas do bolo e premia quem vai assistir essa obra magnífica. Por vezes você se pega nem lembrando que esse filme tem um certo teor documental pois o que vai para a tela é mostrado de uma forma natural e simples. Recomendo até para aqueles que não têm costume de ver documentários a dar uma chance para essa experiência que ao meu ver deveria concorrer (e ganhar) o Oscar de melhor montagem pelo trabalho incrível nas 2:15h mais rápidas que eu já vivi no cinema.


Nota: 5 Acarajés espaciais com o refrigerante do Major Tom.


Ficha Técnica:


Título Original: Moonage Daydream

Duração: 135 minutos

Ano: 2022

Estreia: 15 de Setembro de 2022

Distribuição: Universal Pictures Content Group

Produção: BMG, Live Nation Productions, Public Road Productions

Direção: Brett Morgen

Classificação: 14 Anos

Gênero: Musical, Documentário

Países de Origem: Alemanha, EUA

Elenco: David Bowie (imagens de arquivo)


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