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Crítica - Moonage Daydream

Uma literal viagem pela mente de um dos mais ímpares artistas que já existiu.

Começo esse texto dizendo que nunca tinha visto um filme documentário como esse. Apenas o melhor que eu já assisti. Possivelmente o melhor filme sobre Rock n’ Roll da década. Desde o começo ele simplesmente te absorve para que você preste atenção no que ele contar: uma jornada para explicar (ou pelo menos ilustrar) como funcionava a cabeça de David Bowie, desde quando começou como um jovem diferente de tudo que a mídia e público já tinham visto até aquele momento, com letras ácidas e pessoais, até chegarmos no Bowie mais velho e vivido, com uma experiência e processos de criação diferentes que culminam numa fase mais sentimental e romântica de sua carreira.


Tudo isso é montado de uma forma genial pelo diretor visionário Brett Morgen que escolhe uma abordagem que brinca com a linearidade da sua narrativa de um jeito curioso e bem diferente, usando as imagens de arquivo do Bowie intercalando falas de momentos diferentes da carreira dele com o aspecto que ele estava querendo mostrar naquele momento e utilizando as músicas do próprio artista como forma de complementar o tópico que estava sendo discutido no momento. Apesar dessas particularidades, ainda há uma certa linearidade que não precisa de uma linha do tempo para você sentir a passagem do tempo e as mudanças do Bowie durante todo seu processo artístico.

A curadoria de vídeos e músicas utilizados também mostra também que o diretor e produtor às escolheu com carinho e cuidado de um fã apaixonado pela história do seu artista favorito, querendo contá-la de uma forma que qualquer um possa entender a mente ímpar de Bowie. Dito isso, elogio muito a qualidade de som da produção que não deveu nada nem nos vídeos mais antigos com um áudio impecável.


Se utilizando do gigantesco acervo de mídia audiovisual de Bowie, dado que o mesmo além de cantor e compositor ele também era ator, pintor, escultor, roteirista e cineasta, na película se vê uma quase infinita quantidade de versões diferentes do Bowie que muitas vezes parece que foram feitas para esse trabalho mas que foram gravadas a muitos anos atrás e que acabam casando muito bem com a proposta que vi no cinema.

O que falar das cores? Às vezes parece uma grande viagem de ácido com flashes rápidos e coloridos e às vezes há um tom mais sóbrio e íntimo, mostrando um Bowie muito mais experimental. Essa dinâmica é uma das cerejas do bolo e premia quem vai assistir essa obra magnífica. Por vezes você se pega nem lembrando que esse filme tem um certo teor documental pois o que vai para a tela é mostrado de uma forma natural e simples. Recomendo até para aqueles que não têm costume de ver documentários a dar uma chance para essa experiência que ao meu ver deveria concorrer (e ganhar) o Oscar de melhor montagem pelo trabalho incrível nas 2:15h mais rápidas que eu já vivi no cinema.


Nota: 5 Acarajés espaciais com o refrigerante do Major Tom.


Ficha Técnica:


Título Original: Moonage Daydream

Duração: 135 minutos

Ano: 2022

Estreia: 15 de Setembro de 2022

Distribuição: Universal Pictures Content Group

Produção: BMG, Live Nation Productions, Public Road Productions

Direção: Brett Morgen

Classificação: 14 Anos

Gênero: Musical, Documentário

Países de Origem: Alemanha, EUA

Elenco: David Bowie (imagens de arquivo)


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