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Crítica - Jogos Vorazes - Cantiga dos Pássaros e Serpentes

Atualizado: 22 de mai.

Pela convidada Lara Chaves


Mesmo na franquia canônica dos Jogos Vorazes, o presidente Snow nunca foi apenas um mero coadjuvante. Sua vilania sempre fora evidenciada de forma complexa e no prelúdio “Cantiga dos Pássaros e Serpentes” exploramos, ainda que de forma alegórica, os limites do bom e do mau no instigante personagem, 64 anos antes de Katniss Everdeen ser selecionada como tributo.


O filme, que conta com a direção de Francis Lawrence - diretor de 3 dos 4 filmes do universo de Everdeen - acompanha a juventude de Coriolanus Snow (Tom Blyth), numa capital muito menos luxuosa, mas com o mesmo requinte de crueldade. No longa, a salvação da família Snow, que enfrenta uma forte crise financeira e de popularidade, depende da ascensão de Coriolanus enquanto aluno da academia de Panem.


Dividido em três atos, acompanhamos desde a designação de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), do distrito 12, como tributo de Snow, até a grande virada de chave da vilania, que torna o jovem mais parecido com o velho presidente que já conhecíamos. Com o roteiro de Michael Leslie e Michael Arndt, Lawrence eleva a história com o excelente uso de ângulos abertos e escolha de angulações, em que nos leva da empatia, nos momentos iniciais do filme, ao desgosto pelo personagem.


Embora a obra evidencie de forma magistral o dilema do indivíduo nascer naturalmente mau ou corrompido pela sociedade - pois convenhamos, Panem é o epicentro da sociedade disfuncional - o velocidade do filme é um problema, tornando a narrativa em muitos momentos, muito cansativa. Mesmo com a excelente escolha de casting, ótima direção de fotografia, o filme tem um ritmo não linear que pode deixar os espectadores um tanto exaustos.


Não obstante, evidenciar o deleite que é ver Viola Davis em cena sempre será necessário. Se a narrativa possui alguns momentos cansativos, nenhum deles é com a Dra. Volumnia Gaul em tela. Davis eleva ainda mais a tirania presente na vilã, que tem papel crucial na ascensão de Snow ao poder. Também é preciso mencionar o excelente trabalho de Hunter Schafer como Tigris, mesmo com pouquíssimo tempo de tela, e de Peter Dinklage, que mesmo que não exerça nenhuma atuação surpreendente, cumpre muito bem o papel do reitor Highbottom.


No fim das contas, ao sair do cinema, a sensação é positiva. Adaptar um livro de mais de 570 páginas para apenas duas horas jamais será uma tarefa fácil, e Francis Lawrence soube executá- la muito bem. Por isso, deixo 3 acarajés e meio para obra, que mesmo com seus problemas de ritmo, ainda sim conta uma historia completamente necessária sobre o temido Coriolanus Snow (e confesso: me deixou com ainda mais vontade de ler a obra de Suzanne Collins).


Nota: Numa conversão livre, 3 acarajés e um abará

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