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Crítica - Espiral: O Legado dos Jogos Mortais




Sendo sincero comigo mesmo, devo dizer que me surpreendi. Sim eu fiquei surpreso pois entrei no cinema pensando que iria assistir um filme e saí pensando que tinha entrado na sala errada. Espiral é o mais novo filme derivado da já famosa (e saturada) franquia Jogos Mortais que tenta de dar uma nova roupagem a trama já amplamente conhecida e, à convite da Paris Filmes, eu fui incumbido de conferir o resultado disso. Acompanhamos a história do detetive Ezekiel "Zeke" Banks (Chris Rock), filho do veterano e estimado ex-chefe de polícia Marcus Banks (Samuel L. Jackson), que sofre com o tratamento hostil dentro do seu departamento de polícia porque anos atrás acabou entregando um policial corrupto e isso não foi bem visto pelos seus colegas e com apenas a capitã Angie Garza (Marisol Nichols) sendo amistosa com ele. Depois de muito tempo como lobo solitário ele acaba recebendo um novo companheiro de equipe, o detetive novato William Schenk (Max Minghella) que o faz rever seus conceitos sobre trabalhar sozinho e não confiar em ninguém. Mas um dia ele recebe um chamado misterioso de um possível acidente com um mendigo no metrô da cidade, porém ele descobre ser seu amigo e colega detetive Marv 'Boz' Boswick (Dan Petronijevic), recebendo logo depois um pendrive com o que aparenta ser um imitador do Jigsaw, deixando tudo mais confuso e intrigante nessa investigação. De fato é um filme de Jogos Mortais, mas não se engane: ao contrário dos filmes anteriores, esse filme tem uma pegada mais slasher com todo aquele gore já clássico, porém sem a estrutura de armadilha atrás de armadilha, mudando em muito a estrutura do enredo. A mudança seria muito bem vinda se a história e suas justificativas não fossem fracas e seu plot twist previsível, porém ainda pode pegar o mais desatencioso na curva. Você acaba pensando que está assistindo um filme policial com um pouco de terror ao invés de Jogos Mortais.


Se você espera uma continuação fiel da série original, esse filme não te entrega isso.


Ainda temos uma grata porém estranha surpresa com o Chris Rock saindo da sua zona de conforto fazendo um papel mais sério como um policial durão, porém a imagem dele assim não se vende pois até sem querer ele acaba sendo cômico no filme em algumas cenas que ele não deveria fazer-nos rir. No geral as atuações são ok, mas ressalto que eu esperava ver mais do Samuel L. Jackson no filme, pois na cena que há uma interação entre o personagem dele e do Chris Rock senti uma fluidez muito boa e queria ver mais daquilo. Ainda sobre ato final, este se mostra corrido com as revelações sendo apenas cuspidas na tela dando pouco tempo ao telespectador para assimilar tudo que aconteceu e fazer a conexão com o que assistiu nos 70 minutos anteriores. Uma coisa que eu não consigo reclamar nesse filme é a trilha sonora. Toda a trilha do filme é muito bem escolhida e aplicada na hora certa criando o clima da cena quando necessário. Teve até uma cena com o tema original da série numa tentativa de conquistar os fãs nos 46 do segundo tempo. Menção honrosa: as músicas de rap do filme (principalmente Spiral do 21 Savage) são boas demais. Em resumo temos um filme mediano de policial com um pouco de terror e gore na sua fórmula, nos mostrando um Chris Rock diferente, mas que ainda não dá pra levá-lo a sério. Assista de cabeça leve e sem muita expectativa.


Nota: 2 acarajés comuns e uma coquinha pitchulinha. Ficha Técnica:


Título Original: Spiral: From the Book of Saw


Duração: 93 minutos


Ano: 2021


Estreia: 17 de Junho de 2021


Distribuição: Paris Filmes


Produção: Lionsgate


Direção: Darren Lynn Bousman


Classificação: 18 anos


Gênero: Crime, Horror, Thriller, Mistério


Países de Origem: Canadá, EUA


Elenco: Chris Rock, Max Minghella, Samuel L. Jackson, Marisol Nichols, Dan Petronijevic, Richard Zeppieri, Patrick McManus.


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