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Crítica - Como é ser Negro no Brasil

É importante validar e observar produções independentes, seja da nossa cidade ou não, por isso o documentário Como é Ser Negro no Brasil (2021), mesmo que de curta duração, propõe ser uma homenagem ás vidas tiradas pelo racismo, tais quais Kethelen Romeu, Miguel Santana, João Pedro, Ágatha Félix, Emilly e Rebeca, João Alberto Freitas, Ricardo Lima da Silva, Rodrigo Serrano, Priscila Carmo, além de outros muitos, mas também vem numa tentativa intimista de demonstrar como a discriminação afeta indivíduos em seu dia á dia e suas formas de sobrevivência.


Com entrevistas variando de faixa de idade, ocupação e gênero, o documentário não pretende ser palatável ao olhar embranquecido (termo usado para definir indivíduos cuja a noção do próprio privilégio racial é nula), mas sim fazer parte de um movimento de e para pessoas racializadas numa sociedade extremamente desigual, compartilhando de suas vivências e se encontrando em seus percursos que muitas vezes se assemelham intensamente.


Acredito que a única falha do documentário é não ter recolhido mais depoimentos do gênero masculino em uma faixa etária de idade mais avançada, mas acredito que a ausência dos mesmos também nos dá resposta e ainda maiores questionamentos. Por que estes homens não estão contando sobre suas experiências? Será que não foram chamados ou não se sentem confortáveis expondo-se dessa forma?


Por fim, acredito que um dos pontos mais fortes, além da democratização do documentário ao postá-lo numa plataforma de relativo fácil acesso, é a simplicidade com a qual cada depoimento é dado: são conversas de igual para igual, há sinceridade em cada sílaba, bem como dor, superação e uma mescla de diversos sentimentos e vontades. Porém, não se engane, afinal, acessar qualquer espaço ou obra que propõe reflexão não é um ticket de ida apenas, mas sim uma viagem longa para revisar nossas vivências, principalmente se não pertencemos a minorias.


Você pode conferir o documentário aqui, não esqueça de deixar um comentário dizendo que veio do Kiviage Cast!


Nota: 4 acarajés e um abará.


Ficha Técnica

Direção e Produção: Lucas Peçanha, Gyovanna Nascimento

Depoimentos: Beatriz Anastacio, Thays Cristine, Raphael Damião, Janaína Elói, Célia Tavares

Texto: Giulia Crespo

Montagem e Finalização: Andreina Hoffman, Lucas Peçanha, Marcos Vinícius

Artes e Design: Victor Barreto

Correção de cor: Pedro Bittencourt

Distribuição: ARTIFEX


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