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Crítica - Casa Gucci

Alguns filmes biográficos são maçantes e extremamente cansativos de assistir, porém Casa Gucci (2021) passa longe desse clichê. O longa acompanha o núcleo familiar de uma das grifes italianas mais famosas e caras, porém mais especificamente a relação desenvolvida por Maurizio (Adam Driver), o herdeiro de Aldo (Al Pacino), um dos patronos da marca, com Patrizia (Lady Gaga), quem viria a se tornar sua noiva, esposa e finalmente a idealizadora de seu assassinato.

O longa é como uma novela mexicana, cheio de reviravoltas que poderiam pertencer à ficção, mas foram realizadas no passado e podem chegar a chocar pela oscilação ética e moral dos personagens que vão moldando suas personalidades durante o tempo, naturalmente se alterando conforme sua história (e seus interesses) tem continuidade.


E aqui menciono a trilha sonora fantástica que foi construída, mesclando músicas clássicas com ritmos rápidos, sendo de idioma italiano ou não, guiando os sentimentos do expectador. Outro ponto forte do filme é explorar os personagens de tal maneira que não há vilão ou herói, apenas pessoas e seus interesses e a não hipersexualização ainda em cenas explicitas.


Uma pena dizer que em contrapartida, as transições de cena são extremamente abruptas e apesar de certo equilíbrio entre as interpretações (fica aqui o elogio que nem precisava ser feito ao mestre Al Pacino, mas paralelamente à atuação interessantíssima de Adam Driver e da própria Lady Gaga, que conseguiram não ofuscar um ao outro), outras parecem fora de contexto ou deslocadas (mas aí você vai ter que assistir pra saber quem é, viajante).


No geral o filme é uma ode à Gucci, mas também representa uma crítica social (que talvez passe batida por conta da carga emocional e ligações entre os personagens) importante aos ricos e poderosos que também podem ser derrubados de seus pedestais por conta de sua ambição, bem como faz questão de pontuar que, independente do laço, em grande parte do tempo, nós, plebeus, sempre seremos plebeus para os bilionários.

Em ultima observação, acredito que o filme focou excessivamente nas relações pessoais e deixou de explorar mais do mundo da moda em si, como desfiles, funcionamentos do mercado ou até mesmo como se construiu historicamente a marca (mesmo que este último ponto seja mencionado em conversas entre os personagens com extremo orgulho). Porém, também acredito que seria impossível abarcar tudo sem ficar cansativo para o público, pois além de histórico, o longa se propõe a ser bem lúdico também.


Com estreia próxima, mais especificamente amanhã, dia 25 de novembro, Casa Gucci é um filme de tirar o fôlego, que apenas acrescenta na carreira de seus interpretes e que deve, sem dúvida, ser assistido na telona com uma pipoca no colo.


Nota: 4 acarajés.


Ficha Técnica

Título Original: House of Gucci

Ano: 2021

Duração: 158 minutos

Produção: Giannina Facio, Jason Cloth, Ridley Scott

Roteiro: Roberto Bentivegna, Sara Gay Forden

Direção: Ridley Scott

Elenco: Adam Driver, Al Pacino, Jared Leto, Jeremy Irons, Lady Gaga, Camille Cottin, Eva Moore, Jack Huston, Madalina Diana Ghenea, Reeve Carney, Salma Hayek, Youssef Kerkour

Classificação: 16 anos

Gênero: Biografia, drama, policial, thriller

Países de Origem: Canadá, Estados Unidos da América


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