Com quase 30 anos, a franquia consegue se mostrar ainda bem interessante, trazendo o equilíbrio (quase) perfeito entre humor e ação com cenas bem dirigidas de literalmente “tiro, porrada e bomba”
Bad Boys, Bad Boys… Eles estão de volta depois de 4 anos desde o último filme onde tivemos a morte de um dos personagens mais importantes da franquia, o Capitão Conrad Howard (Joe Pantoliano). Admito que fui para a cabine de imprensa tentando entender como é que os diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah iriam continuar essa nova fase dos Bad Boys.
A trama começa já com o humor característico desde a primeira cena: Mike (Will Smith) dirigindo da maneira mais “segura” possível no seu icônico Porsche Carrera 911, atrasado para o próprio casamento e acompanhado do seu inseparável companheiro Marcus (Martin Lawrence), resolvendo uma situação ao melhor estilo Bad Boys. Após alguns acontecimentos, Marcus começa a ter uma visão mais espiritualizada da vida (o que é explorado de maneira muito inteligente durante todo o longa-metragem) e eles descobrem que alguém acabou por incriminar o saudoso Capitão Howard por se envolver com o cartel de drogas da Flórida. Em busca de limpar o nome do seu mentor, Mike e Marcus se encontram no dever de fazer tudo que for possível para devolver a dignidade ao nome do Capitão.
Seria difícil começar sem falar que o Will Smith e o Martin Lawrence estão mais sincronizados do que nunca. A química dos dois atores explode na tela, com suas interações super cômicas e intimistas, fazendo a plateia crer que eles são praticamente irmãos contracenando juntos. Outra coisa que me chamou a atenção logo de cara foi a atenção para quem nunca assistiu Bad Boys ou só sabe um pouco dos primeiros filmes que já passaram na televisão inúmeras vezes, explicando rapidamente algum acontecimento importante tendo ligação com as primeiras tramas, sem perder a conexão do espectador. Vale a pena destacar que o timing cômico é impecável, o que fez o público na cabine de imprensa gargalhar horrores em todas as piadas do Marcus com vidas passadas, e também ao citar assuntos um pouco delicados com um humor cuidadoso sem ofender ninguém.
Agora o que me deixou mais satisfeito com o filme foram as cenas de ação. Ângulos de câmera muito bem executados e pensados, que também me fazem parabenizar a fotografia, trazendo empolgação a cada tiro, explosão, luta ou situação de conflito que era retratada na tela. Ouso dizer que a melhor cena de ação nem tem os personagens principais em tela e é simplesmente de cair o queixo. Inclusive, os cameos que aconteceram foram uma grata surpresa: com personagens caricatos que os artistas convidados conseguiram fazer de maneira bem competente. Devo fazer menções honrosas às atuações muito boas de Paola Ñunes, Vanessa Hudgens e Alexander Ludwig, apesar de pouco tempo de tela. Confesso que esperava mais do Ioan Gruffudd.
Como nem tudo são flores, tiveram pontos que me incomodam a ponto de não conseguir dar uma nota de 5 acarajés para esse filme. As histórias do Armando (Jacob Scipio), filho do Mike, e da Judy Howard (Rhea Seehorn) são desenvolvidas com certa preguiça, em minha opinião, principalmente o primeiro citado que tem um final meio “é só isso mesmo e acabou”. Na real, o roteiro como um todo poderia ter feito um trabalho melhor nos primeiros 50 minutos. O vilão McGrath (Eric Dane) é até convincente em sua primeira aparição, mas ao longo do que está sendo contado em tela, você meio que vai perdendo esse senso de ameaça que ele deveria passar, algo recuperado apenas no ato final. Este, um fechamento incrível para obra de 1h55m.
Vá assistir Bad Boys: Até o Fim. É uma trama divertida e eletrizante que vai te satisfazer, tanto no quesito comédia quanto no quesito ação, unindo uma boa execução de uma franquia que já dura quase 30 anos. Mas eu nunca vou perdoar eles terem perdido a chance de nomear esse filme de “Bad Boys 4 Life” por terem queimado esse título na produção anterior.
Nota: 4 Acarajés e 6 cocadas no pente.
Título Original: Bad Boys: Ride or Die
Duração: 115 minutos
Ano: 2024
Estreia: 06 de Junho de 2024
Distribuição: Sony Pictures Releasing
Produção: Columbia Pictures, Jerry Bruckheimer Films, Westbrook Studios
Direção: Adil El Arbi e Bilall Fallah
Classificação: 16 Anos
Gênero: Aventura, Ação, Comédia
País de Origem: EUA