Em uma das primeiras cenas da série O Auto da Compadecida, há um diálogo breve entre João Grilo e Chicó sobre quem interpretaria Jesus Cristo e o porquê dele não aparaecer. Nisso eles lembram que quem vê a Deus, morre. Ótima conclusão para explicar porque a divindade não tem cara no filme.
Michael Jordan é como uma divindade na NBA. Quem conhece minimamente o esporte, afirma que ele é o maior e melhor jogador de basquete que já existiu. Na Netflix, o documentário The Last Dance mostra bem o poder do atleta enquanto jogador do Chicago Bulls. Em Air - A História Por Trás do Logo, vemos como a Nike fez o nome comercial do Michael Jordan e vice versa. No streaming, há entrevistas do próprio Jordan falando do período em que foi campeão da NBA em seis temporadas. No cinema, o elenco com nomes de peso é quem representa a divindade e é no peso desse elenco é onde o filme se sustenta, com destaque para Viola Davis sendo Viola Davis - a ponto de eu ter a impressão que a personagem dela ganhou um destaque maior na história por ser da Viola Davis - e o, sempre simpático, Chris Tucker.
A história do surgimento e acerto da marca Air Jordan é interessante por si só e seria necessário fazer muita bobagem pra estragarem o argumento desse filme. Entretanto não fizeram muito esforço para tornar o roteiro mais interessante. Há alguns diálogos legais, mas senti falta de uma história melhor conduzida. Além disso, muitos flashes de notícias sobre o que se tornou a carreira do atleta e imagens do jogador em quadra pela universidade de North Carolina reforçam o porquê do investimento no, então, garoto e traz um pouco da tal divindade.
Ambientação ok. Direção ok. História ok. Tudo ok. Quem gosta do universo do basquete, vai curtir a ambientação e como a história é conduzida. Quem segue o primo rico no Instagram, absorverá muito conhecimento trazido nesse material. O espectador médio vai gostar. Não há nenhuma reinvenção tal qual a marca Air Jordan, mas o ok deve ser suficiente.
Nota: 3 acarajés
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