Seria bem interessante se eu escrevesse essa crítica em 12 (escreve-se doze, lê-se douze) rounds, mas essa ideia já foi utlizada por Tarcísio ao falar de Megalo Box. Recomendo que leia o texto dele clicando aqui.
Falando em anime, boatos que Michael B. Jordan (intérprete de Adonis Creed, diretor de Creed 3 e detentor do molho) se inspirou nas obras japonesas para dirigir as cenas de luta. As inspirações são bem visíveis para quem assina a Crunchroll ou viu vários desses desenhos na Mamãe Globo, lembrando sempre daqueles consumidores do famigerado meio alternativo. As coreografias são excelentes, capazes de prender a respiração e vai ter muita sala de cinema virando arquibancada por aí.
Não sei se propositamente, mas outra característica dessa direção é o brilho dos outros personagens na trama. Dame Anderson (Jonathan Majors, novo grande vilão da Marvel e co-detentor do molho) rouba a cena por possuir um personagem imponente desde a sua primeira aparição na tela. Amara (Mila Davis-Kent, pitica que lembra muito minha sobrinha) é uma mini querida que também possui muito destaque e carisma, trazendo potencial para figurar mais num possível Creed 4. Bianca (Tessa Thompson, presente nos primeiros filmes da franquia e ela tem a senha que me deixa fraquinho) não precisaria de direção pra roubar a cena, mas também tem seu espaço. O protagonista é o Adonis Creed, Michael B. Jordan sabia disso e, aparentemente, se preocupou para que houvesse uma divisão de atenção para que Dame e Amara ficassem na mente do público, assim como foi feito na franquia Rocky, onde todo mundo lembra do Apollo e Ivan Drago, por exemplo.
A franquia Creed é um easter-egg da franquia Rocky. Obviamente a ausência do Stallone é sentida. Mas o que me incomodou mesmo foi a ausência do Rocky. Nenhuma menção. Nenhum flashback. Só uma foto num mural. Entendo que houve uma decisão conjunta para que o protagonista da franquia original não aparecesse mais e um "Universo Creed" tivesse autonomia, digamos assim, mas para alguns isso pode ser um ponto. Isso não afeta a nota, mas me deixou meio tristinho.
A fotografia das cenas de luta não é nota 10, como vista nos filmes do Ryan Coogler, mas é nota 9. O roteiro é um pouco previsível, mas é bem conduzido que lhe faz querer ver aquilo que sabemos o que vai acontecer. É tudo redondinho e bem acertado, assim como a trilha sonora que é coisa de louco.
Quem amou os dois primeiros vai amar esse. Se for ver no cinema, vá de galera porque é um filme que te faz sorrir, vibrar, ficar tenso e se esquivar de tomar murro. Estou ansioso por Creed 4 e quem gosta da franquia vai ter grande expectativa também.
Creed, o primeiro, é nota 5. Creed II merece menos, sejamos justos. Na matemática da minha cabeça vale dizer que...
Nota: 4 acarajés
Ficha Técnica:
Nome Original: Creed III
Gênero: Drama e porradaria
Duração: 1h56min
Elenco: Michael B. Jordan, Jonathan Majors, Tessa Thompson, Mila Davis-Kent, Phylicia Rashad, Wood Harris e umas aparições bem legais
Roteiro: Keenan Coogler, Zach Baylin, Ryan Coogler
Direção: Michael B. Jordan
Produção: Michael B. Jordan, Ryan Coogler, Sylvester Stallone
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